Portugal com seus vinhos, sua rica culinária e uma grande diversidade, sendo um país tão pequeno, já é encantador. Mas pensar em uma diversidade tão grande em somente uma região? Assim é o Alentejo, uma diversidade de clima, solo, estilos e também uma das regiões mais modernas de Portugal.

Alentejo - A terra mais vibrante de Portugal

Nesse texto você vai descobrir o que é o Alentejo de uma forma mais resumida e direta ao ponto. Vamos falar um pouco sobre a história, as oito sub-regiões, o vinho de talha e outras coisas que você não sabia sobre a famosa região.

A História do Alentejo

A história do Alentejo é muito antiga e está ligada ao vinho desde sempre. Uma história complicada e com altos e baixos que fizeram a região ser o que é hoje.

Sítios arqueológicos mostram que o Alentejo é uma região produtora de vinho muito antiga e que quando os romanos chegaram à região, já existia a cultura do vinho muito bem difundida. Acredita-se que quem introduziu as vinhas na região foram os tartéssos, seguidos pelos fenícios. Após esse período os gregos tomavam conta da região, o que pode ser percebido pelas ânforas de barro com influência grega que estão catalogadas como achadas na região. Mas, com certeza, foram os romanos que difundiram a cultura da vinha e do vinho por toda a região.

Além disso, foram os romanos também que difundiram a técnica de fermentar o vinho em talhas de barro, cultura que existe até hoje, onde se fazem vinhos sem intervenção e com a maior pureza possível.

No início do século VIII a invasão mulçumana fez com que a produção de vinho no Alentejo quase fosse extinta, tendo sua recuperação somente após a fundação do reino lusitano. O século XVI foi um período de muita abundância no Alentejo e as vinhas estavam por toda a parte. Até que a crise provocada pela guerra da independência veio a prejudicar os vinhos do Alentejo. Outro ponto prejudicial, não só para o Alentejo como toda a Europa, foi a filoxera. Ela dizimou os vinhedos, seguida pela 1ª e 2ª guerra mundial, crises econômicas sucessivas, além da campanha cerealífera do estado novo, que destinou o Alentejo para a cultura de trigo e outros cereais, segundo o grande propósito de transformar a região no “celeiro de Portugal”.

Em 1988 regulamentaram-se as primeiras denominações de origem alentejanas, tendo sido aprovada em 1989 a criação da CVRA (Comissão Vitivinícola Regional Alentejana), garante da certificação e regulamentação dos vinhos alentejanos. O que garantiu a qualidade do vinho e vem fazendo uma mudança significativa na visão mundial da região.

A Região

O Alentejo se divide em oito sub-regiões que podem usar a DOC (denominação de origem controlada), porém o território alentejano encontra-se dividido administrativamente em três distritos que são: Beja, Évora e Portalegre que, juntos, preenchem as fronteiras naturais do vinho regional alentejano. O vinho feito fora das sub-regiões ou com uvas não autorizadas só pode ser chamado de vinho regional alentejano, não podendo ostentar a DOC Alentejo. Embora em outras regiões do mundo as DOC são o maior nível de qualidade, no Alentejo isso não é uma verdade absoluta, existem grandes vinhos que não são DOC e são espetaculares.

As sub-regiões do Alentejo são: Portalegre, Borba, Redondo Reguengos, Granja-Amareleja, Moura, Évora e Vidigueira.

Portalegre é uma das sub-regiões mais frescas do Alentejo. Temos aqui uma proteção da serra de São Mamede, que além de proteger dos ventos quentes vindos da Espanha, tem um solo com predominância granítica, que é um solo frio e se reflete nos vinhos. É uma das melhores regiões para os vinhos brancos.

Borba tem grande quantidade de mármore no solo. Outro ponto importante de destacar é que tem um clima um pouco mais fresco, o que se mostra presente nos vinhos, com taninos mais sedosos e tintos um pouco mais frescos.

Redondo é uma região privilegiada por conta da serra d’Ossa, que traz um clima mais ameno para a região e tintos mais frescos. Os solos bem misturados com afloramentos de granito e xisto. Uma região muito estável ano após ano.

Reguengos é a maior sub-região do Alentejo, com um solo muito pobre e com afloramentos rochosos. Produz vinhos muito tânicos e redondos, com muita potência.

Évora é a capital do Alentejo. É de onde vem o famoso Pera Manca e de outros grandes vinhos. A região é uma das mais visitadas e conhecidas, com solos pobres e pouca chuva, tem vinhos potentes.

Vidigueira é a grande região dos brancos alentejanos juntamente com Portalegre. O solo granítico e xistoso em sua maioria tem um clima marítimo e uma proteção do vento quente da Espanha com um “corredor” de vento fresco vindo do mar, o que faz os vinhos brancos com uma delicadeza surpreendente.

Granja-Amareleja e Moura são duas das sub-regiões mais quentes do Alentejo. Tem vinhos muito potentes e alcóolicos, com muita fruta madura e um solo muito misturado, muito pobre e com muito barro e calcário.

As principais uvas do Alentejo

A diversidade do solo e do clima do Alentejo se mostra presente também na diversidade de uvas que são autorizadas e usadas na região. As principais brancas são: Antão Vaz, Arinto e Roupeiro. A Antão Vaz é uma casta alentejana e é muito aromática, entra em cortes para agregar aromas. A Arinto é a casta com uma acidez cortante, quase crocante, ela entra nos cortes para conferir acidez já que é uma casta com poucos aromas. E pra fechar as principais castas temos a Roupeiro, uma casta de difícil cultivo, porém muita aromaticidade. Os vinhos feitos com ela são carentes de acidez.

As principais uvas tintas são a Aragonêz, Trincadeira e Alicante Bouschet. A Aragonês é a mesma Tempranillo da Espanha e tem uma qualidade absurda no Alentejo, com vinhos muito robustos e com um poder de guarda incrível. Já a Trincadeira, é uma casta muito usada nos cortes, ela tem muito tanino e aporta muita cor para os vinhos. E a uva francesa Alicante Bouschet pode ser considerada como uma casta alentejana. Adaptou-se muito bem ao clima da região e faz grandes vinhos.

Outra casta que vem ganhando muita notoriedade é a Syrah. Responsável por grandes vinhos, já está nos solos do Alentejo há bastante tempo e está 100% adaptada.

Vinho de Talha?

O vinho de Talha é um vinho muito tradicional feito no Alentejo desde os romanos. Na verdade essa técnica era muito usada em todas as regiões do império romano, mas somente no Alentejo a técnica é usada até hoje.

A técnica do vinho de Talha é feita somente em uma ânfora, que no Alentejo é chamada de talha. As uvas são colocadas nas talhas com os engaços (os cabinhos da uva), e fermentam dentro da talha, além de serem servidos diretamente da talha. Os engaços agem como um filtro natural e filtram o vinho. Uma torneira é colocada quase no final da talha e o vinho corre até ficar límpido e está pronto para ser servido.

Os vinhos de Talha tem uma característica muito distinta e encantam pela pureza do vinho que é servido.

Vinhos especiais do Alentejo

Com toda essa informação percebemos que o vinho alentejano é um vinho que tem tudo que um grande vinho precisa. Vinhos robustos, frescos, intensos, delicados, alcóolicos ou leves, além dos tipos de vinho que podem ser espumantes maravilhosos e frescos, brancos com delicadeza ou intensidade, tintos poderosos ou frescos e ainda tem alguns produtores que fazem vinhos generosos que são tipo vinho do Porto.

Provem os vinhos alentejanos e conheçam essa brilhante região. Vocês vão se surpreender!

Alguns vinhos alentejanos que você pode gostar:

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