Talvez surpreenda a muitos que a bebida de Bond seja o Champagne, e não o seu conhecido Dry Martini…

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Sim, o drink não aparece tanto nos filmes de James Bond quanto o vinho espumante de Champagne. Esta impressão equivocada é reforçada no imaginário de seus fãs pela forma peculiar como Bond pede o seu Dry, “batido e não mexido”. Mas o fato é que o elegante Champagne está quase sempre lá e, mesmo que 007 não o tenha solicitado, muitas vezes se espreita pelas cenas e está presente em 24 dos seus 26 filmes.

Os champagnes de james bond nos filmes

Como bem observa Stacy Jones, no site Hollywood Branded, “Marcas e Bond são inseparáveis. As marcas que o Agente 007 usa o definem, estabelecem seu estilo, seu caráter e seu gosto. Mas, à medida que a franquia ficou maior e melhor, as marcas também ajudaram a cobrir o orçamento de produção e marketing.”

Enquanto nos livros o autor, Ian Fleming, elabora ricas descrições de safras específicas dos champagnes Taittinger, Veuve Clicquot, Krug e Pommery, nos filmes existe a predominância dos Dom Pérignon e Bollinger, com uma única aparição de Taittinger Blanc de Blancs. Até onde se sabe, os produtores afirmam que a escolha da Casa de Champagne é definida por afinidade ou acordo de cavalheiros. Mas convenhamos que esse discurso ajuda a manter a mítica e a elegância do Champagne, e não é algo que deva ser entendido como verdade absoluta.

Na longa filmografia de James Bond notamos duas fases distintas. Mesmo levando em conta algumas interrupções, como as de 1963, 1971, 1973, 1981 e 1983. A primeira fase de 007 é dominada por Moët & Chandon com o seu Cuvée de Prestige: Dom Pérignon. A segunda pela Bollinger. As interrupções citadas caracterizam-se pela presença de outro champagne ou simplesmente a ausência de um espumante. Podemos interpretar que as pausas são resultados indiretos de trâmites comerciais, tais como exercer pressão sobre uma negociação ou alguma questão de exclusividade contratual.

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Os Champagnes ao longo dos filmes de James Bond

Dom Pérignon estréia no primeiro filme, mas é logo substituído pela Taittinger no segundo. Nos quatro filmes seguintes o Dom retorna. Um Mouton-Rothschild 1955 interrompe a presença de Champagne em 71. Em 73 a Bollinger compartilha o filme com o Dom Pérignon. Os três filmes seguintes são dominados pelo Dom e em 79 inicia-se a parceria oficial com a Bollinger, cujo aniversário de 40 anos foi celebrado no final de 2019. Curiosamente, no filme seguinte, de 1981, não há champagne. Estranho que seja uma escolha voluntária, depois de um inicio de uma parceria que perdura até os dias de hoje. É possível interpretar que isso tenha sido consequência de alguma imposição contratual pela Moët. Depois disso, os 13 filmes seguintes são dominados pela Bollinger. Desde então, o espião que não se apega a nada, está casado há 40 anos com a mesma marca.

Os filmes e os Champagnes bebidos:

1ª FASE:

1 – 007 contra o Satânico Dr. No (Dr. No, 1962): Dom Pérignon 55, mas Bond menciona que prefere a 53.

2 – Moscou contra 007 (From Russia with Love, 1963), Taittinger Blanc de Blancs

3 – 007 contra Goldfinger (Goldfinger, 1964): Dom Pérignon 53

4 – 007 contra a Chantagem Atômica, (Thunderball, 1965): Dom Pérignon 55

5 – Com 007 Só Se Vive Duas Vezes (You Only Live Twice, 1967): Dom Pérignon 59

6 – 007 A Serviço Secreto de Sua Majestade (On Her Majesty’s Secret Service, 1969): Dom Pérignon 57

7 – 007 – Os Diamantes São Eternos (Diamonds Are Forever, 1971), Mouton-Rothschild 1955

8 – Com 007 Viva e Deixe Morrer (Live And Let Die, 1973): Bollinger (possivelmente um R.D.) e um Dom Pérignon (safras não especificadas).

9 – 007 contra o Homem da Pistola de Ouro (The Man With The Golden Gun, 1974): Dom Pérignon 64. Mas Bond menciona que prefere a 62.

10 – 007 – O Espião que me Amava (The Spy Who Loved Me, 1977): Bebe um Dom Pérignon não especificada e e menciona que prefere uma 52. “Qualquer homem que bebe Dom Pérignon 52 não pode ser tão ruim.”

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2ª FASE

11 – (inicio da parceria oficial entre Bond e a Bollinger):Contra o Foguete da Morte (Moonraker, 1979): Bollinger R.D. 69 e Bollinger Tradition R.D. (possivelmente um 73)

12 – 007 – Somente para seus Olhos (For Your Eyes Only, 1981) – Bond não bebe Champagne ou Bordeaux, mas Glühwein (um preparado com vinho e especiarias servido em estações de esqui na Áustria e Alemanha) e Ouzo, o aperitivo grego.

13 – 007 Contra Octopussy (Octopussy, 1983): Bollinger R.D.

14 – Nunca Mais Outra Vez (Never Say Never Again, 1983) – É uma refilmagem de “Thunderball, 007 contra a Chantagem Atômica”. O direito pela história foi motivo de batalha judicial nos anos 60 e em 83 é lançado pela Taliafilm, a contragosto da EON Productions, responsável por todos os outros filmes de Bond. A refilmagem, que buscou resgatar o antigo clima dos filmes do agente, recrutou seu antigo intérprete, Sean Connery, que já havia atuado na mesma história no passado e trouxe de volta o seu antigo Champagne, Dom Pérignon. Este filme não é contabilizado pelos produtores da EON Films. Oficialmente, ”No Time to Die”, com previsão de lançamento para em 2021, é o vigesimo quinto filme do Espião.

15 – 007 Na Mira dos Assassinos (A View To A Kill, 1985): Bollinger 75

16 – 007 Marcado para Morte (The Living Daylights, 1987): Bollinger R.D. (possivelmente um 75)

17 – 007 – Permissão para Matar (Licence To Kill, 1989): Bollinger R.D. 79

18 – 007 Contra Goldeneye (GoldenEye, 1995): Bollinger Grande Année 1988

19 – 007 – O Amanhã Nunca Morre (Tomorrow Never Dies, 1997): Bollinger Grande Année 1989

20 – 007 – O Mundo não é o Bastante (The World Is Not Enough, 1999): Bollinger Grande Année 1990

21 – 007 Um Novo Dia Para Morrer (Die Another Day, 2002): La Grande Année 1995 e Bollinger Special Cuvee 61

22 – 007 – Cassino Royale (Casino Royale, 2006): Bollinger Grande Année 1990

29 – 007 – Quantum of Solace (Quantum of Solace, 2008) Bollinger Grande Année 1999

24 – 007 – Operação Skyfall (Skyfall, 2012) Bollinger R.D. 97

25 – 007 Contra Spectre (Spectre, 2015) Bollinger R.D. 2002

007 – No Time to Die, 2021

O filme ainda não foi lançado (até o momento da publicação deste artigo), mas podemos arriscar, com alguma certeza, que o Champagne será um Bollinger. Afinal, a ligação entre 007 e a casa francesa está mais forte do que nunca. Além das caixas de Champagne que aparecem na garagem de Bond no trailer do filme, em 2019 celebraram-se 40 anos de parceria entre Bollinger e Bond. Para comemorar, foi lançado o “Moonraker 2007 Magnum”, uma edição limitada a 407 caixas de estanho e madeira, desenhadas por Eric Berthes, que se abrem ao toque de um botão e fazem referencia ao “Foguete da Morte”, de 1979. Vendida à época por 4.500 libras esterlinas, hoje já está listada por 6.000 euros. Em 2020, a Casa de Champagne lançou uma segunda garrafa comemorativa, “2011 Edition Limitée 007” a 285 euros.


Especulamos que o vinho do filme será um Bollinger 2007: dois, zero, zero, sete. Ou quem sabe o Pinot Noir tranquilo da Bollinger, “La Côte aux Enfants 2015” produzidos de uma parcela de 4 hectares em Aÿ, que foi lançado recentemente. Façam suas apostas.

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