Algo que podemos contar no mundo do vinho é como o poder de associar o vinho a uma tradição estabelecem as estratégias comerciais de vinícolas, mas não necessariamente determinam o estilo ou qualidade do liquido que bebemos. Tradição, seja na garrafa (estética do rótulo, rolha ou algo como a malha dourada) ou na comunicação de marketing, transmite uma ideia de resguardar qualidade de um passado distante.

Enquanto no passado algumas destas escolhas tinham um propósito prático, hoje são usadas apenas para se utilizar da associação que fazemos com cada um destes elementos. Rótulos com castelos, a escolha de cortiça em vez de capsulas de rosca, malhas douradas são apenas alguns dos tópicos que, na maior parte dos casos, servem apenas para este propósito. E a qualidade do produto interno da garrafa não tem nenhuma relação com essas escolhas.

Enquanto a questão entre a rolha de cortiça e cápsula de rosca merece um artigo mais longo por ser um tópico bem mais complicado. Vamos começar com algo mais simples. Vamos falar da malha, ou gaiola.

Afinal, a malha dourada possui ligação com a qualidade do vinho?

Em uma publicação da revista inglesa Decanter, Sarah Jane Evans MW, autora de The “Wines of Northern Spain” e co-presidente da “Decanter World Wine Awards”, competição anual promovida pela revista, respondeu a uma pergunta de Michael Ballard.

“Por que algumas garrafas de Rioja têm malha dourada em volta delas? E isso diz alguma coisa sobre a qualidade do vinho dentro?

A malha dourada, ou malla, ao redor da garrafa foi uma das primeiras formas de proteção contra a falsificação. Ela foi introduzida no final do século 19 pela Marqués de Riscal, vinícola da região de Rioja na Espanha, para proteger seus vinhos, que eram cada vez mais bem-sucedidos, de adulteração. Sem dúvida, eles adicionaram um certo glamour à embalagem também. Dado o sucesso com prêmios e medalhas dos vinhos de Riscal, a gaiola dourada passou a ser vista como um indicador de qualidade. E produtores de vinhos mais baratos e de outras regiões logo entenderam a ideia.

Não há regulamentações sobre quem pode ou não usar a malha. Como resultado, se você encontrar um vinho tinto espanhol com uma gaiola dourada em um supermercado que se assemelha a um Rioja, com um rótulo chique que leva o nome de um marquês e está sendo vendido a um preço baixo, então você quase certamente pode garantir que não é um Rioja. Ele terá vindo de um lugar muito mais ao sul.

Uma elegante dica para retirar para abrir a garrafa é creditada a María José López de Heredia: afrouxe o arame na base da garrafa e deslize a tela do topo da garrafa até os ombros, aperte os fios ordenadamente de volta na base e abra o vinho como de costume. Assim, a malha dourada é bastante fácil para qualquer consumidor – ou falsificador – remover.

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