Você sabia que existem vários tamanhos de garrafas para vinho? Algumas podem chegar até 18 litros!
Neste artigo iremos falar dos tamanhos das garrafas existentes e discutir um pouco sobre o que acontece com o vinho nessas garrafas. Embora o tamanho das garrafas seja padronizado em todo o mundo, temos algumas exceções.
Como no Jura, por exemplo, temos uma garrafa chamada Clavelin que é usada para o Vin Jaune, um vinho muito específico dessa região a leste francês. O curioso nessa garrafa é que ela tem apenas 620 ml, que os produtores costumam chamar de a “parte dos anjos”. A explicação vem devido à evaporação do vinho, que segundo os produtores, sobraria apenas 620ml após o envelhecimento do mesmo.
A história por trás dos tamanhos
A garrafa padrão aceita em todo o mundo é a de 750 ml. Isso explica a meia garrafa que é 375 ml e a Magnum que é 1,5 ml, o seja, duas vezes a garrafa padrão.
A garrafa padrão tem aproximadamente o mesmo tamanho que as primeiras garrafas de vinhos produzidas, cujo tamanho pode ter sido determinado pelo o que um soprador de vidro poderia soprar naquela época. Outra explicação é que 750 ml seria a quantidade adequada de vinho para duas pessoas. Porém, a explicação mais lógica é que uma barrica bordalesa, onde eram armazenados os vinhos antes da garrafa e eram usadas como medida, teriam a capacidade de aproximadamente 225 litros, que seriam cerca de 300 garrafas e 50 caixas com seis garrafas cada.
O vidro foi descoberto por volta de 5.000 anos atrás e é uma descoberta que se atribui aos fenícios, porém, somente no ano de 1.600 o homem conseguiu fazer garrafas mais resistentes para a guarda e transporte do vinho.
A garrafa veio como a solução de um problema que circundava todas as regiões produtoras e foi solucionado juntamente com o “lacre” do vinho, a rolha de cortiça. No início as garrafas não eram muito padronizadas e existia um grande problema, que era exatamente fazer o vinho durar mais do que o normal. As garrafas padronizadas e as rolhas de cortiça tiveram um papel fundamental nesse caso.
O impacto de cada garrafa no vinho
Embora não tenha nenhum estudo que confirme isso, alguns amantes do vinho e sommeliers do mundo todo costumam preferir as garrafas de tamanhos maiores. Isso se faz verdade porque gás conservante que é usado em uma garrafa de tamanho padrão, também é usado na meia garrafa e na Magnum. Com isso, o contato do vinho com a rolha e a micro oxigenação que ocorre é igual para todas, considerando que o tamanho da rolha é quase o mesmo. Portanto, a meia garrafa tem uma exposição maior em relação ao seu volume e, com isso, o vinho amadurece mais rápido, diferente do vinho nas garrafas Magnuns.
Ao longo do tempo o envelhecimento na garrafa Magnum tem um retardo e os aromas ficam muito mais complexos. Os colecionadores de Bordeaux valorizam particularmente as garrafas maiores, as vezes chamadas de “grandes formatos”, pois favorecem um envelhecimento mais lento e mais sutil. Garrafas gigantes de champanhe, por outro lado, tendem a favorecer a publicidade em vez da qualidade do vinho. Isso porque tamanhos maiores que uma garrafa Magnum tendem a ser produzidos em garrafas menores e depois substituídas com o vinho já pronto.
Os tamanhos das garrafas de vinho
Como já falado, existem vários tamanhos e garrafas específicas, como o Clavelin citado no início. Geralmente, os vinhos de sobremesa são engarrafados em meia garrafa e em garrafas de 500 ml, fabricadas apenas para o vinho de sobremesa por conta da sua menor produção.
As garrafas grandes receberam o nome dos principais reis da história bíblica e também nomes bíblicos curiosos.
Em ordem de crescimento:
- Split = É a garrafa também chamada de baby, tem 187 ml e também conhecida como Piccolo.
- Meia Garrafa = É muito comum em restaurantes, muito comum também com vinhos mais simples. Com capacidade de 375 ml. Quase nunca os grandes vinhos estão nas pequeninas.
- Standard = É a garrafa padrão, com 750 ml.
- Magnum = Tem 1,5 L, o equivalente ao conteúdo de duas garrafas padrão.
- Double Magnum = Também chamada de Jeroboam, principalmente em Bordeaux. Ela tem capacidade de 3 litros, duas Magnuns ou quatro garrafas padrão. Jeroboam foi o primeiro rei do reino de Israel e seu nome significa “ele aumenta as pessoas”.
- Rehoboam = Uma garrafa com capacidade 4,5L. Foi batizada com o nome do filho do rei Salomão, que significa “aquele que faz dilatar o povo”. A garrafa é usada geralmente na Bourgogne e Champagne.
- Matusalém ou Imperial = 6 litros, equivalente a oito garrafas padrão. Matusalém não era um rei e sim a pessoa mais velha.
- Salmanazar = 9 litros. É muito vinho! Geralmente é usada para Champagnes. Foi uma variação de Shalmaneser, nome usado por cinco diferentes reis assírios.
- Baltazar = 12 litros. Usados para edições comemorativas e raras. Foi um dos magos bíblicos e rei que celebrou o nascimento do menino Jesus.
- Nabucodonosor = 15 litros. Equivalente a 20 garrafas tamanho padrão. Era o mais poderoso dos reis babilônicos e é a ele que é atribuída a construção dos jardins suspensos da Babilônia.
- Melchior ou Salomão = 18 litros de vinho! Existem máquinas muito antigas para o serviço desse vinho, devido ao seu peso. Equivalem a 24 garrafas padrão de 750 ml. Nome do outro rei mago ou as vezes chamada de Salomão o rei de Israel.
Os tipos de garrafas de vinho
Existem vários tipos de garrafas, cada formato geralmente para uma região ou um tipo de vinho.
A mais comum é a garrafa bordalesa, as garrafas tradicionais da região de Bordeaux e que são usadas quase sempre para vinhos mais encorpados.
A segunda mais usada é a garrafa borgonhesa, a tradicional garrafa da Bourgogne, quase sempre usadas em vinhos mais leves. Um padrão quase que obrigatório nos vinhos feitos com Pinot Noir e brancos com a Chardonnay.
Tem também a clássica garrafa do vinho do Porto, que não costuma ser usada para outros vinhos.
A garrafa renana, a mais fina e esguia, é muito usada nos vinhos da Alsace e nos vinhos alemães feitos com a uva Riesling.
É claro que não podemos esquecer a tradicional garrafa de Champagne, que é usada para todos os espumantes pelo mundo.
E tem outras garrafas menos comuns e pouco conhecidas, como a garrafa de vinho alemão da Francônia, chamada Bocksbeutel. Temos também a Albeisa, que é uma garrafa específica do Piemonte, na Itália. Além disso, temos o vinho Sul Africano, Vin de Constance, que vem numa garrafa específica e exclusiva.
