Vinho Verde é uma denominação, uma região situada no noroeste de Portugal, no Minho.

Vinho verde é branco, tinto ou rosé?

O Vinho Verde não é verde, mas pode ser branco, tinto, rosé e até espumante. Vamos conhecer essa região maravilhosa, seus vinhos, histórias, uvas e a culinária local.

A Região Vinho Verde

A região demarcada Vinho Verde é uma denominação onde os vinhos brancos reinam. Mas de onde vem o nome Vinho Verde?

Existem algumas versões que fazem sentido e uma delas é dita como a verdadeira. A primeira versão diz que os vinhos dessa região têm esse nome por conta das uvas que, mesmo maduras, tem uma acidez muito alta e que sugere que foram colhidas antes do tempo correto, ou seja, “verdes”. A outra explicação diz que a região recebeu esse nome por ser a região mais verde de Portugal, e “Vinho Verde” seria então “vinho de uma região verde”.

Essa região que faz fronteira com a Galícia, na Espanha, tem vinhos vibrantes e frescos, que são bebidos em todos os cantos do mundo. É a região que tem a maior exportação de vinhos do país e, além disso, tem o Brasil como um dos maiores mercados internacionais.

Uma das condições climáticas que fazem com que o Vinho Verde seja uma região tão única é o nível de chuvas anuais, que chegam aos 1.200 mm. Só para nível de comparação, o índice pluviométrico da Bourgone é a metade, cerca de 600 mm por ano. O Solo é de origem granítica em sua maioria e tem baixa profundidade, o que obriga aos produtores procurarem terroirs onde o solo seja mais fundo, podendo assim ter uma drenagem melhor.

A História da Região

Região Demarcada dos Vinhos Verdes (RDVV) é a região mais antiga de Portugal e era conhecida antigamente como “Entre-Douro-e-Minho” por causa dos dois rios que cortam a região, o rio Douro e o rio Minho. A denominação foi demarcada e reconhecida em 1973 e a partir de então só pode ser chamado de Vinho Verde o vinho que respeita as regras e leis da RDVV. Já os outros vinhos feitos na região que não se enquadram nas regras da denominação, são denominados Indicação Geográfica Minho.

a região de vinho verde

Tradicionalmente as videiras da região dos Vinhos Verdes eram plantadas num sistema chamado “enforcado”, onde as vinhas eram plantadas próximas às árvores para não atrapalhar a produção dos legumes. Elas eram plantadas embaixo das grandes árvores e subiam pelos seus galhos e assim ficavam penduradas. É importante lembrar que a videira é um tipo de trepadeira e por isso elas chegam às alturas das árvores dificultando a colheita e até mesmo causando alguns acidentes.

Com a atual modernização da região o reflexo positivo pôde ser notado nos vinhos, que eram muito simples no passado e hoje em dia são maravilhosos.

As principais Uvas da região Vinho Verde

As principais uvas autorizadas para a região são:

Alvarinho, que é de longe a melhor uva branca e de onde saem os melhores vinhos. Os vinhos dessa uva tem uma belíssima acidez e são ótimos para a alta gastronomia. Ela é, geralmente, a principal uva usada em corte por conta da sua alta acidez.

– Quase sempre acompanhada de outra uva, a Loureiro é perfeita para os cortes, mas tem bons exemplares varietais que não são tão fáceis de encontrar.

– A Trajadura é outra casta que encontramos em cortes com Alvarinho e/ou Loureiro.

– Arinto, grande uva branca de Portugal. Conhecida na região com Perdenã, é uma uva que tem uma acidez maravilhosa e faz vinhos com um poder de guarda incrível.

– Para fechar a sequência das uvas brancas de altíssima qualidade temos a Avesso, uma casta que tem feito alguns vinhos deliciosos.

– Para os vinhos tintos a uva que reina é a Vinhão. É uma uva tinta com muita acidez e taninos rústicos, que resulta em vinhos difíceis de beber. Mas nos últimos anos, com a modernidade na viticultura, têm aparecido bons exemplares dessa uva no mercado.

– A casta usada para os vinhos rosés é a Espaldeiro, também com muita acidez e taninos duros.

Definitivamente o vinho que faz a fama da região é o vinho branco que, com sua boa acidez faz, o Vinho Verde ser um dos mais refrescantes do mundo.

Curiosidades

Embora a região faça bons vinhos tintos, rosés e espumante o vinho que faz a região ser reconhecida mundialmente é o vinho branco, sem sombra de dúvidas. Durante muitos anos no mercado brasileiro, o Vinho Verde importado pelo Brasil era um vinho de baixa qualidade, feito em massa e com preço barato. Esse vinho que fico muito conhecido no Brasil fez um bem e um mal incrível para a região. Fez bem porque com esse vinho a região ficou conhecida e o consumo desse tipo de vinho que era levemente doce, com um pouco de gás (a “agulha”, como ficou conhecida), fosse consumido em grandes quantidades e por longos anos. E fez mal porque esse mesmo vinho, quando o consumidor passou a conhecer a qualidade de outros vinhos brancos, começou a torcer o nariz para o Vinho Verde e consequentemente para a região.

Isso fez o consumidor ignorar o Vinho Verde e o consumo despencou ao longo dos anos. Mas a CRVV (Região Demarcada dos Vinhos Verdes) vem ao longo dos anos fazendo um trabalho de recuperação de prestígio e reputação incrível. Os produtores melhoraram muito a qualidade do vinho com uma viticultura moderna, criando vinhos mais gastronômicos e de uma qualidade indiscutível.

Vinho Verde Tinto e Espumantes?

Embora a qualidade das uvas seja excepcional para a produção de espumantes, esses vinhos quase não são vistos por lá e muito menos por aqui. A região é reconhecida mundialmente como uma região de vinhos brancos e os espumantes ficam para trás.

vinho verde tinto espumante

Outro ponto interessante é quando falamos de Vinho Verde tinto. Tradicionalmente esse vinho é muito ácido, com um tanino rugoso e ainda tem uma pontinha de gás (agulha), que faz dele um vinho que comercialmente é muito difícil de entrar no gosto do consumidor.  Apesar disso, é um vinho que fica maravilhoso com a nossa feijoada. Vale a pena experimentar até porque os produtores estão trabalhando cada vez mais com o objetivo de elaborar vinhos mais fáceis de beber.

Afinal, como harmonizar o vinho verde?

Grande produtora de azeite, a região do Vinho Verde tem uma gastronomia muito saborosa. É possível comer um cabrito com Vinho Verde tinto, os Rojões à Minhota com o Vinho Verde tinto também funcionam muito bem e é claro que um belíssimo bacalhau à Braga com um fresco Alvarinho é inesquecível.

É um vinho muito versátil e sempre vai bem à mesa. Com culinária asiática e japonesa é sucesso garantido, já a cozinha mediterrânea, de modo geral, fica fantástica com os brancos portugueses da região do Vinho Verde.

Descubra o Vinho Verde, e se já conhece continue explorando a região e mostre para seus amigos. Um brinde ao Vinho Verde!

Alguns vinhos verdes que você pode gostar:

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