A maioria de nós já ouviu falar em blends (também chamados de assemblage, lote, corte) mas poucos conhecem a origem dessa técnica de criar vinhos com uma mistura de uvas. Hoje vamos falar um pouco sobre a origem dos blends e alguns dos blends mais famosos do mundo.

Os blends surgiram lá no início da vitivinicultura, época na qual não era possível ou era muito difícil diferenciar quais variedades de uvas existiam no vinhedo. Claro, era possível notar algumas diferenças entre elas, como a cor, o formato e até mesmo a quantidade e a época em que produziam. No entanto, não se sabia muito mais que isso. Então, tradicionalmente, quando tipos diferentes de uvas viníferas cresciam lado a lado no vinhedo, os enólogos as colhiam exatamente ao mesmo tempo e as reuniam para fermentação. Atualmente este modo de produzir vinho é chamado de field blend e ainda é comum em algumas regiões, como no Douro por exemplo.

A ideia era sempre melhorar o produto, dessa forma se compensava as variações de qualidade das variedades ano a ano. Mas com o tempo, os enólogos começaram a entender que fermentar variedades separadamente deixava o vinho mais consistente e a técnica dos blends foi sendo aprimorada. Por isso, eles começaram a fermentar cada variedade de uva separadamente para só depois “montar” o vinho.  Hoje, quais serão as variedades de uvas e quais as proporções é uma decisão técnica baseada no amplo conhecimento dos profissionais sobre as castas e a região. O blend é uma forma de criar um vinho mais arredondado, mais equilibrado e mais complexo.

Interessante não é mesmo? 

Algumas “misturas” se tornaram tão conhecidas no mundo que foram recriadas em muitas outras regiões vitivinícolas. A França é a rainha dos assemblages de sucesso, admirados e copiados em todo o mundo. 

Bordeaux, é um dos, se não o mais famoso dos blends tintos, é composto de Cabernet Sauvignon, Merlot e Cabernet Franc (e ocasionalmente Malbec, Petit Verdot e Carménère). O Bordeaux branco também é um blend, normalmente de Sauvignon Blanc e Semillon com alguma participação da Muscadelle. Ainda na França, há o blend do Champagne, que é a mistura mais usada para espumantes em todo o planeta, composta majoritariamente por Pinot Noir e Chardonnay. Outro blend muito conhecido na França, especialmente no sul do Rhône e no Languedoc (mas não tão espalhado pelo mundo, pelo menos ainda) é o GSM (Grenache, Syrah, Mourvédre) que atualmente é reproduzido com maestria na Austrália (onde as uvas são chamadas de Grenache, Shiraz e Mataro).

Na Itália, um blend muito famoso é o do Valpolicella e do Amarone, que utilizam as uvas Corvina, Rondinella e Molinara. 

Agora que você já sabe como o blend surgiu, que tal conhecer alguns de nossos vinhos?

Por Maria Paula Almeida – sommelière Onivino 

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